Jones carrega a pauta revolucionária nas costas.
Esse vídeo deixa ainda mais claro a falta que faz uma coordenação partidária desses canais que o PCB-CC se recusou a fazer.
Desses canais todos que eu conheço, eu praticamente só assisto os vídeos desse aí, simplesmente porque os outros agora ou caíram na onda do react/conversar com chat de stream, ou ficam presos no basicão de só falar “capitalismo não funciona” no abstrato sem conexão com a realidade brasileira atual.
Adoraria mais conteúdo nesse nível de seriedade e profissionalismo vindo dos outros que já tem até muito mais audiência.
pô, interessante ver que mais alguém pensa parecido, também tive essa impressão que começou legal mais ficaram presos a reações de coisas aleatórias, tipo o gaiofato que no começo fazia muito reação do primo rico e explicava a situação do brasil e desfazia espantalhos de chinazuela da direita.
sobre o pcb, é uma pena mesmo o quão fraturado esse partido está, imagina o leque de conhecimento (historiadores, roteiristas, audio visual, programadores e etc) e qualidade que o partido possui a disposição, fácil fácil dava pra fazer a brasil perpendicular e nada sai.
Achei a resposta do João Carvalho bem interessante também, apesar de discordar de algumas coisas.
O Jones tá certo na maior parte do vídeo dele mas faz uma leitura bem rasa do problema.
O João Carvalho entende um pouco melhor a dinâmica da internet mas discordo da ideia de que nenhuma crítica ao nosso campo deva ser pública. Apesar disso achei foda a ideia dele fazer um grupão no whats com esses influenciadores, tem que ser mais propositivo e experimentar novas formas mesmo, é o caminho.
Agora, o que nenhum dos dois entende é o que é a internet.Pra mim esse vídeo exemplificou uma característica do problema que o Jones não identificou, mas é parte importante do todo: o vídeo é uma live de 1h40 e os pontos relevantes estão escondidos lá no meio.
Durante todo vídeo ele fala “eu falei disso na live X” mas as pessoas (eu incluso) não tem tempo infinito pra ver várias lives de horas na esperança de que assuntos importantes sejam tangenciados o suficiente pra serem entendidos. A esse ponto é quase mais fácil ir fazer a pesquisa independentemente.
E sobre a crítica ser pública, não é como se realmente existisse uma grande união entre todos Youtubers como um partido. O João até tomou como uma crítica direta a ele, quando era uma crítica a uma tendência maior. Só de cabeça, o Gaiofato também caiu nessa mesma linha.
Agora a coisa que eu discordo bastante dessa resposta é ele falando de “crescer audiência.” Todo canal tem um ponto de saturação onde não encontra mais audiência, então querer seguir a onda do algoritmo achando que vai ter um milhão de inscritos (ou que número de inscritos hoje tem alguma relação com audiência) é pura ilusão. Até a métrica dos “30 milhões de audiência” já é bem equivocada por ignorar a interseção das audiências. Até o Felipe Neto raramente passa de 1M views nos vídeos dele.
Sem contar que todo mundo que acompanhou um canal durante uma mudança de estilo sabe que o YouTube não tolera mudança de nicho, então mesmo atingindo essa meta pra depois largar o vício de react, a audiência vai cair rapidinho com os conteúdos sérios.
Já que eu não sou Youtuber e não tenho que ser diplomático, posso dizer sem preocupações que isso me parece comportamento carreirista.
E anunciar ao vivo a criação do grupo e dizer “só falta o Jones no grupo” parece superestimar muito a maturidade dos fãs dele, só ver o salto de comentários que o vídeo original teve depois da live do tipo “entra no grupo do Tio.”
I found a YouTube link in your comment. Here are links to the same video on alternative frontends that protect your privacy:
A Soberana herdou do Luide uma visão muito torta do que são as redes sociais, não existe visão crítica nenhuma. Falar que o Twitter é irrelevante porque “tem menos usuários que o Kawai” chega a ser ridículo…
Se dizem um coletivo marxista-leninista mas não sabem nem o que é agitação e propaganda, só ver esse trecho do manifesto deles:Boa parte da esquerda que produz conteúdo para a internet age somente pela perspectiva de agitação e propaganda. Apesar de entendermos a importância da agitprop, nós propomos ir além. Nosso projeto consiste em utilizar a internet para fomentar a organização dos trabalhadores, o avanço da consciência política, a divulgação e a capilarização do marxismo-leninismo no cotidiano de toda a classe.
E o que eles fazem é só e justamente… AGITAÇÃO
(o Landi tem um artigo muito bom explicando o que é agitprop)Eu acho que todo mundo gosta de bater na Soberana porque é quem acabou se destacando no campo. Óbvio que a organização tem problemas, mas acho que é justificado pelo seu tempo curto de existência.
Ao mesmo tempo, foi a organização cuja estratégia de agitação funcionou melhor. Paradoxo do sucesso.
O Jones precisou do espaço público pra criticar o PCB. Não sei se ele tentou usar os meios “de costume” pra falar com a organização da Soberana e levantar os pontos dele.
Não sei quão eficientes eles são com relação a agregar de críticas externas. Mas acho que esse grupão aí tende a ser sucesso, e ajude a organizar a pauta e a crítica de quem não tá nas reuniões internas.
E acho que pessoal criticando quer participar do processo de alguma forma. Todo mundo tem uma pauta pra promover. Se a soberana consegue coordenar isso, talvez seja a semente pra um partido de vanguarda que eles não se propõem oficialmente a ser. Mas que talvez role uma simbiose com o PCB-RR, por exemplo.
Quero ser otimista.
Acho que a Soberana recebe muitas críticas injustas sim, e eles já aprenderam muito com os erros. Mas tem certos problemas que eles simplismente batem o pé e insistem em errar.
Quanto a partido, a Soberana é uma organização da UP, só não tem coragem de oficializar. E existe uma certa rixa entre Soberana e PCB, por conta de coisas que o Ian e outros membros da Soberana falaram sobre o PCB. Acho uma aproximação entre os dois mto difícil.
Já o PCB-RR tem avançado muito nessa questão nas tribunas, acho que vão avançar bastante a partir do congresso no ano que vem.
Mas no geral todas as organizações/coletivos marxistas tem dificuldade em compreender a internet. É uma visão muito limitada baseada na web 2.0 e big techs, falta desenvolvimento teórico ainda. (aliás, acho o livro Colonialismo Digital do Deivison Faustino e Walter Lippold um avanço gigantesco nessa questão)
