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O Geraldo nasceu na comunidade quilombola do Bonfim, na Paraíba, e enfrentou o trabalho escravo desde a infância. Aos 9 anos ele foi levado para trabalhar no engenho de cana e recebia o equivalente a R$ 1,50 por dia.
Após a morte da dona do engenho, ele e o povo que habitava o local foram acusados de terem invadido aquelas terras e eles travaram uma luta na justiça para provarem que as terras pertencem à eles.
Antigamente, o engenho fabricava produtos como rapadura e cachaça. Por isso, aos 9 anos de idade, o Geraldo passou a cortar cana para ajudar os pais.
Geraldo acreditava que aquilo era como qualquer trabalho comum. Além da jornada exaustiva, aos 15, ele também teve que largar os estudos.
Tanto o Geraldo, quanto sua comunidade, moraram dentro dessa propriedade por muitos anos, até o falecimento da dona do engenho. Quando ela morreu, a propriedade foi vendida e os herdeiros deram um prazo de 24h para que eles saíssem de lá.
Mas a comunidade decidiu lutar! Eles foram parar na justiça sob a acusação de terem invadido a propriedade.
Autoridades e capangas perseguiram o povo quilombola por anos. Ainda assim, o Geraldo diz que a força para resistir veio justamente desses momentos de sofrimento.
As coisas mudaram quando a @fundacao.palmares em 2007, declarou que os povos que habitavam aquelas terras não eram invasores. O @TVIncra comprovou que haviam registros de famílias que viviam ali há mais de 150 anos.
Assim que conquistaram as terras, eles fizeram questão de arrancar todo o plantio de cana para plantar bananeiras, laranjeiras e hortaliças, apagando simbolicamente o passado escravagista daquele lugar.
O Bonfim é o primeiro quilombo reconhecido da Paraíba. A população quilombola permanece com a sua cultura viva e o respeito pela terra é o que os mantém seguindo em frente.
Geraldo está à frente do @quilombodobonfim há mais de 16 anos. Apesar da conquista das terras, a luta por direitos e pela sobrevivência do povo continua.
Existem 120 pessoas no Bonfim que resistem à invisibilização, à falta de recursos, ao racismo, e que ao mesmo tempo, cuidam verdadeiramente da terra e uns dos outros.
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