Olha, isso aí tá é com cara do governo querendo surfar na onda de ia e fazer propaganda, e não de, de fato, querer desenvolver tecnologia própria. Digo isso com certeza, porque vivencio o dia-a-dia num instituto federal, local onde deveria ser parte da vanguarda da nossa soberania digital, mas o que vejo lá é entristecedor. Linux e libreoffice são vistos como precarização do trabalho, windows e msoffice são vistos como superioriedade e gestores se orgulham de firmar contratos com big techs. A instituição paga uma fortuna mensalmente para nos oferecer contas google corporativas e armazenamento em nuvem. Desincentivam totalmente soluções locais. Ignoram até mesmo projetos de alunos que tentam criar tecnologias livres pra instituição (se olhar na base de tccs da biblioteca, tem projetos maravilhosos, tudo jogado ao arquivamento). Me olham torto cada vez que menciono algo livre. A única coisa livre e autogerenciada que usam é o moodle para os cursos ead, e isso porque foi iniciativa de uma professora anos atrás, que carregou o trabalho todo nas costas, nadando contra a corrente. Se eu falar de tudo que vejo, fico a tarde toda aqui.
E pelo que contam das reuniões da instituição com gestores do mec, parece que as esferas superiores do governo seguem a mesma linha e não há nenhuma grande linha de buscar soberania, mas só iniciativas muito pontuais e sem uma estrutura de base, jogando muito dinheiro em cima de hype. Inclusive, essa notícia me lembra de um edital que saiu ano passado, pagando milhões para projetos de blockchain, apenas pra surfar numa onda (e com muito atraso kkkk), e não como parte de um trabalho pela soberania.
Trabalho em uma prefeitura e pelo que parece a mentalidade é a mesma. Acho que antes de falarmos em desenvolver algo novo e original em termos tecnológicos, devemos mudar primeiramente a estrutura administrativa e a cultura organizacional de instituições públicas… Aqui tem entrega de alimento atrasando por que a arrombada da secretária não quer assinar os papéis, já que tá com o rabo preso por causa de processo. Só depois que esse sistema respirar é que algo de bom pode sair dele.
Comprar coisa nova os cara sempre quer… otimizar os sistemas, desfazer de toneladas de papel arquivado, criar uma plataforma que avalia as carreiras públicas pela produtividade interna no sistema e não uma cadeia de ‘chupetação’ entre um funcionário e seu imediato eles nunca querem.
O máximo que vem à acontecer se isso frutificar é eu ficar travado num atendimento da prefeitura (ou qualquer órgão público) por causa de uma porcaria de um token (terminal de auto-atendimento) super confuso e bugado que me responde mal e não me da o que eu preciso.
Concordo plenamente, é pura retórica. As universidades e institutos de pesquisa tão mais tocadas em fazer consultorias pra empresas rentistas ou subsidiar pesquisa pra corporações gringas, porque só aí que tem investimento.
Olha, isso aí tá é com cara do governo querendo surfar na onda de ia e fazer propaganda, e não de, de fato, querer desenvolver tecnologia própria. Digo isso com certeza, porque vivencio o dia-a-dia num instituto federal, local onde deveria ser parte da vanguarda da nossa soberania digital, mas o que vejo lá é entristecedor. Linux e libreoffice são vistos como precarização do trabalho, windows e msoffice são vistos como superioriedade e gestores se orgulham de firmar contratos com big techs. A instituição paga uma fortuna mensalmente para nos oferecer contas google corporativas e armazenamento em nuvem. Desincentivam totalmente soluções locais. Ignoram até mesmo projetos de alunos que tentam criar tecnologias livres pra instituição (se olhar na base de tccs da biblioteca, tem projetos maravilhosos, tudo jogado ao arquivamento). Me olham torto cada vez que menciono algo livre. A única coisa livre e autogerenciada que usam é o moodle para os cursos ead, e isso porque foi iniciativa de uma professora anos atrás, que carregou o trabalho todo nas costas, nadando contra a corrente. Se eu falar de tudo que vejo, fico a tarde toda aqui.
E pelo que contam das reuniões da instituição com gestores do mec, parece que as esferas superiores do governo seguem a mesma linha e não há nenhuma grande linha de buscar soberania, mas só iniciativas muito pontuais e sem uma estrutura de base, jogando muito dinheiro em cima de hype. Inclusive, essa notícia me lembra de um edital que saiu ano passado, pagando milhões para projetos de blockchain, apenas pra surfar numa onda (e com muito atraso kkkk), e não como parte de um trabalho pela soberania.
/desabafo
Trabalho em uma prefeitura e pelo que parece a mentalidade é a mesma. Acho que antes de falarmos em desenvolver algo novo e original em termos tecnológicos, devemos mudar primeiramente a estrutura administrativa e a cultura organizacional de instituições públicas… Aqui tem entrega de alimento atrasando por que a arrombada da secretária não quer assinar os papéis, já que tá com o rabo preso por causa de processo. Só depois que esse sistema respirar é que algo de bom pode sair dele.
Compadeço de sua revolta amigo.
Comprar coisa nova os cara sempre quer… otimizar os sistemas, desfazer de toneladas de papel arquivado, criar uma plataforma que avalia as carreiras públicas pela produtividade interna no sistema e não uma cadeia de ‘chupetação’ entre um funcionário e seu imediato eles nunca querem.
O máximo que vem à acontecer se isso frutificar é eu ficar travado num atendimento da prefeitura (ou qualquer órgão público) por causa de uma porcaria de um token (terminal de auto-atendimento) super confuso e bugado que me responde mal e não me da o que eu preciso.
Concordo plenamente, é pura retórica. As universidades e institutos de pesquisa tão mais tocadas em fazer consultorias pra empresas rentistas ou subsidiar pesquisa pra corporações gringas, porque só aí que tem investimento.