O homem preso pelo assassinato do presidente-executivo da maior seguradora de saúde dos Estados Unidos, Brian Thompson, em frente a um hotel de luxo de Nova York, exibia nas redes sociais a imagem de um raio-x da coluna, fixada por pinos. Luigi Mangione, de 26 anos, sofreu com dores nas costas e precisou passar por uma procedimento cirúrgico para tratá-la, de acordo com relatos de amigos e outras postagens nas redes sociais. A polícia investiga a motivação do assassinato do CEO, atribuído a a Mangione, com quem foi encontrado um manifesto contra empresas de saúde.

A rede americana CNN relata que, por volta de 2022, Mangione se mudou para o Havaí e passou a morar com R.J. Martin, em Honolulu. O ex-colega de residência do suspeito afirmou à imprensa que Mangione, certa vez, participou de uma aula de surfe e ficou “de cama por cerca de uma semana”, após a atividade, com dores nas costas.

— Foi realmente traumático e difícil, sabe, quando você está na casa dos vinte e poucos anos e não consegue fazer algumas coisas básicas — lembrou Martin.

Martin afirma que costumava conversar sobre capitalismo e o sistema de saúde com Mangione, mas que nunca havia notado no colega qualquer tendência violenta. Martin ressalta que depois perdeu contato com o ex-roomate, mas voltou a falar com ele no início deste ano. Na ocasião, Mangione contou ter passado por uma cirurgia nas costas e enviou uma foto do raio-x da coluna.

— Parecia hediondo, com parafusos gigantes entrando em sua coluna — disse à CNN.

Foto semelhante estava publicada na capa do perfil do suspeito na plataforma X, tirada do ar após a prisão dele, nesta segunda-feira. Luigi Mangione foi acusado de homicídio, além de três violações da lei relacionadas a armas de fogo e falsificação, de acordo com documentos judiciais online citados pelo New York Times e pela CNN.

Nesta terça-feira, a família de Luigi Mangione se manifestou sobre a prisão dele. Por meio de postagem na rede social de Nino Mangione, o clã disse ter descoberto informações do caso pela imprensa e se disse “devastado”.

“Nossa família está chocada e devastada pela prisão de Luigi”, afirma a nota. “Oferecemos nossas orações à família de Brian Thompson e pedimos que as pessoas orem por todos os envolvidos”.

Morte de CEO

Mangione foi preso pela polícia da Pensilvânia, nos Estados Unidos, nesta segunda-feira, com uma arma semelhante à utilizada no assassinato do CEO da seguradora de saúde UnitedHealthcare. Brian Thompson foi morto na última quarta-feira em Nova York. O suspeito foi identificado a partir de uma dica de alguém que o viu por volta das 9h15 da manhã em um restaurante McDonald’s em Altoona, disse uma das autoridades.

Ele mostrou à polícia a mesma identificação falsa de Nova Jersey que o atirador apresentou quando fez check-in em um albergue no Upper West Side de Manhattan em 24 de novembro. Além disso, tinha uma arma, um silenciador e mais carteiras de identidade falsas.

O homem estava com uma arma como a usada no tiroteio, chamada de arma fantasma, montada a partir de peças compradas online. O suspeito está sob custódia por acusações locais, disse um oficial, possivelmente relacionadas à apresentação da identificação falsa à polícia.

Ele não foi preso ou acusado em conexão com o assassinato. Investigadores da polícia de Nova York estão viajando para Altoona. A polícia estava procurando o atirador desde o ataque de quarta-feira de manhã ao executivo Brian Thompson, do lado de fora de um hotel em Midtown. Eles acreditam que o assassino deixou Nova York de ônibus logo depois.

O suspeito agora sob custódia chegou a Altoona, no oeste da Pensilvânia, em um ônibus Greyhound. Acredita-se também que o assassino do Sr. Thompson tenha pegado o transporte quando chegou à cidade de Nova York dez dias antes do tiroteio.

As autoridades policiais solicitaram a lista de passageiros do ônibus Greyhound para verificar se algum nome corresponde a algum dos documentos de identificação falsos que o homem detido no McDonald’s estava portando. O assassinato desencadeou uma caçada humana que se estendeu muito além da cidade de Nova York e atraiu dias de atenção nacional.

Suspeito detido foi encontrado com manifesto

O manifesto escrito à mão encontrado com o homem detido em Altoona criticava as empresas de saúde por priorizarem os lucros em detrimento do cuidado, de acordo com um alto funcionário da polícia.

Como aconteceu o crime?

O atirador chegou a Nova York em 24 de novembro e, dez dias depois, abriu fogo contra Thompson fora da conferência anual de investidores de sua empresa, realizada em um hotel próximo ao Radio City Music Hall e ao Rockefeller Center.

De acordo com o chefe dos detetives, o suspeito desembarcou de um ônibus que saiu de Atlanta e fez várias paradas no trajeto, embora a polícia não tenha informado onde ele embarcou. Apesar de os investigadores possuírem uma lista de passageiros, nenhum deles foi obrigado a apresentar um documento de identidade ao subir no veículo. As autoridades acreditam que o suspeito usou um documento falso e estão tentando obter informações de um celular encontrado no caminho que ele usou para fugir.

Imagens divulgadas

Durante a caçada pelo suspeito, a polícia americana divulgou duas novas imagens do homem.Os novos registros foram captados de dentro de um carro. Numa delas, o suspeito aparece no banco de trás de um táxi, com moletom, capuz e máscara facial.

Já na segunda, ele surge fora do veículo, também com o rosto coberto. As imagens foram divulgadas depois de a imprensa americana reportar que investigadores recolheram uma mochila perto do local do crime e encontraram nela uma jaqueta da marca Tommy Hilfiger e notas de dinheiro do jogo de tabuleiro Banco Imobiliário.

O FBI oferecia uma recompensa de US$ 50 mil (mais de R$ 300 mil) por informações sobre o suspeito. No sábado, o prefeito de Nova York, Eric Adams, afirmou que “a rede está se fechando” em torno do atirador.

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    Para o opressor a violência do oprimido deve ser castigada de forma exemplar