Proclamação da República | Um movimento elitista e sem interesse em mudar o Brasil
A Proclamação da República, ocorrida em 1889, foi um movimento elitista que não buscou promover mudanças significativas para a população brasileira segundo análises. De acordo com o sociólogo Florestan Fernandes, essa nova estrutura de poder consolidou a burguesia e afastou a participação popular das decisões políticas. Embora tenha surgido uma nova classe, a Proclamação não representou uma ruptura, mas sim uma transição dentro da elite.
A socióloga Maria Orlanda Pinassi complementa essa visão ao descrever a Proclamação como uma “revolução institucional”, marcada pelo medo das elites em relação a transformações radicais, resultando em um sistema que favoreceu os interesses dos poderosos. O Baile na Ilha Fiscal, que ocorreu dias antes da Proclamação, simboliza a elite unida e influente que se beneficiou do novo regime.
Além disso, a Proclamação deixou a população alienada, que enfrentava carestia, doenças e repressão, sem acesso à educação ou direitos políticos. A professora Fabiana de Cassia Rodrigues critica a manipulação governamental que limitou a participação popular, enquanto o economista Nildo Ouriques alerta que a Proclamação não deve ser vista como democrática, mas como uma continuação dos interesses burgueses. Assim, a República brasileira, desde seu início, falhou em atender às demandas populares, perpetuando desigualdades sociais.