Os militares israelenses declararam estado de emergência em Tel Aviv depois que o Hezbollah bombardeou nesta terça-feira (22/10) Nirit, nos subúrbios da capital. Israel diz ter interceptado os mísseis, mas três grandes explosões foram ouvidas na capital. Não há registro de mortos ou feridos, mas o tráfego aéreo no aeroporto de Ben Gurion foi interrompido.

A cidade de Haifa, no norte do país, foi alvo dos misseis dos ataques do Hezbollah desta terça-feira.

É a primeira vez que o Hezbollah usa foguetes de médio alcance. Segundo o Exército israelense, foram cerca de 20 foguetes disparados desde o Líbano contra seu território, cinco em direção ao centro do país e 15 em direção ao norte.

Fragmentos de um míssil interceptado pela defesa de Israel caíram na cidade de Ma’agan Michael, no norte do país, danificando um prédio, vários veículos e ferindo um homem, informou a mídia israelense citando a polícia.

Alvos militares em Tel Aviv e Haifa

O Hezbollah reivindicou os ataques e disse que seus alvos eram era a base militar de Glilot da unidade de inteligência militar 8200, nos subúrbios de Tel Aviv; e a base naval Stella Maris, a noroeste de Haifa, cidade costeira do norte do país.

Em publicação no Telegram, o grupo xiita explicou que as ações foram em solidariedade aos palestinos em Gaza e em defesa do povo libanês.

Os mísseis do Hezbollah foram disparados pouco depois que sirenes soaram em três assentamentos na Cisjordânia e da divulgação de vídeos (verificados pela agência Sanada, da Al Jazeera) que mostravam fumaça subindo de perto do assentamento de Beit Aryeh, no norte da Cisjordânia.

Os ataques à capital israelense ocorrem no dia em que o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, chega a Tel Aviv para conversar com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu. A viagem ocorre no momento em que Israel planeja sua represália contra o Irã por uma barragem de mísseis que Teerã disse ter sido vingança pela morte do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah.

Blinken se reúne com Netanyahu

Espera-se que a reunião de Blinken e Netanyahu discuta esse provável ataque ao Irã , a liberação dos reféns que continuam em Gaza e também a necessidade de que Israel permita a entrada de ajuda humanitária em Gaza.

Na semana passada, Blinken e Lloyd Austin, secretário de Defesa, enviaram uma carta ao governo israelense advertindo de que se não permitissem a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza no prazo de um mês, poderiam por em risco o fornecimento de armas que recebem de EUA.

Os EUA são o maior fornecedor de armas de Israel. Só no último ano, enviaram àquele país mais de 10 mil bombas extremamente potentes e milhares de mísseis Hellfire. Isso permitiu a Netanyahu até agora produzir 42,6 mil mortos oficiais e mais de 10 mil soterrados em Gaza, além de 2.500 mortos e 500 mil deslocados no Líbano. Com isso, Israel estaria respondendo ao ataque do Hamas de 7 de outubro de 2023, que deixou 1139 mortos e 200 prisioneiros.

Sistema antimísseis

Na semana passada, os EUA enviaram a Israel uma peça adicional de seu mais avançado sistema antimísseis, juntamente com uma centena de militares norte-americanos para operá-lo. É a primeira implantação de tropas norte-americanas em Israel durante o conflito. O sistema visa neutralizar ataques de foguetes, mísseis e drones disparados contra Israel a partir de Gaza, sul do Líbano e Irã.

O Hezbollah disse várias vezes que só o fim da guerra em Gaza trará paz. Mas endossou e disse que respeitaria um cessar-fogo proposto pelo governo libanês na semana passada, desde que Israel fizesse o mesmo.

Com o recrudescimento dos ataques israelenses, porém, prometeram intensificar sua ofensiva, garantindo que tinham novas armas que surpreenderiam Israel. De sua parte, o governo sionista não para de dar mostras de estar decidido a adotar sua prática de longa data de retaliar com força fulminante.