Claudia Sheinbaum tomou posse como nova presidente do México, em cerimônia realizada nesta terça-feira (01/10), no edifício do Congresso Nacional, na Cidade do México.
Cientista e ex-prefeita da capital – cargo que exerceu entre dezembro de 2018 e junho de 2023 –, ela foi eleita em junho passado com 59,8% dos votos, ela se tornou a primeira mulher a exercer o poder no país em 214 anos de história independente.
Em seu discurso de posse, a nova mandatária mexicana prometeu “enterrar de uma vez por todas o fracassado modelo neoliberal” no país, e fez elogios ao governo do seu antecessor, Andrés Manuel López Obrador.
“(Obrador) iniciou o projeto para desmontar o fracasso liberal e também as estruturas da corrupção e dos privilégios que assolavam o país, um projeto que nasceu da fecunda história do México, do amor ao povo e à honestidade. Nós o chamamos de ‘humanismo mexicano’”, frisou a presidente.
Como primeira mulher a governar o México, Sheinbaum afirmou que “durante muito tempo as mulheres foram anuladas, muitas de nós ouvimos quando crianças uma versão da história pela qual queriam nos fazer acreditar que o rumo da humanidade era decidido apenas pelos homens (…) hoje sabemos que as mulheres participaram dos grandes feitos da história mexicana.
Em seguida, a mandatária enumerou diferentes mulheres que participaram da história mexicana, como a artista Frida Khalo e a líder sufragista Elvia Carrillo, mas terminou essa parte do discurso com uma homenagem às “mulheres anônimas, aquelas que participaram das diferentes revoluções, mas tiveram seus nomes apagados, aquelas que construíram estes 214 anos da nossa história, as mulheres indígenas, as trabalhadoras domésticas, aquelas que saem de suas aldeias para sustentar o resto de nós. As mulheres anônimas que de sua casa, das ruas ou de seus locais de trabalho, lutaram para ver esse momento”.
A cerimônia de posse contou com a presença de sete presidentes latino-americanos: Bernardo Arévalo (Guatemala), John Briceño (Belize), Xiomara Castro (Honduras), Díaz-Canel (Cuba), Gustavo Petro (Colômbia) e Gabriel Boric (Chile), além do brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva.
A ausência mais destacada foi a do presidente espanhol Pedro Sánchez, que não viajou à Cidade do México em solidariedade ao monarca do país, Felipe VI, cujo convite foi condicionado a um pedido de desculpas oficial do Reino da Espanha pelas violações aos direitos humanos dos povos indígenas durante a colonização, o que foi negado.