Liderando as pesquisas de intenção de votos para a prefeitura de Caucaia, Waldemir Catanho (PT), tem como prioridade construir um plano de governo com a participação popular. As assembleias para ouvir os moradores do segundo maior colégio eleitoral do Ceará, começaram ainda na pré campanha com o candidato realizando 14 encontros em 10 bairros de Caucaia, ouvindo as principais demandas dos moradores da cidade.
A metodologia também ajuda o candidato. Embora tenha morado em Caucaia durante cinco anos, até o início dos anos 2000, Catanho já deu entrevistas dizendo que fez uma verdadeira imersão no território para conhecer as principais demandas da população e também para se tornar um rosto e um nome conhecido, já que sempre atuou nos bastidores do poder.
“A vida em comunidade exige que a gente combine as coisas. É para dividir os mesmos sonhos, dividir as mesmas necessidades, que a gente precisa se juntar, que a gente precisa discutir entre nós, o que é que nós vamos construir em Caucaia nos próximos quatro anos. É isso que é o nosso objetivo. Construir junto”, disse Catanho durante a primeira Assembleia realizada com os moradores.
Se eleito, Catanho já declarou que fará Orçamento Participativo em Caucaia. Na prática, é o instrumento democrático que permite que a população participe das decisões sobre a aplicação dos recursos públicos municipais. A iniciativa foi realizada pela primeira vez em 2005, quando a deputada federal Luizianne Lins, foi prefeita de Fortaleza,com o desafio de criar mecanismos de participação popular. Hoje, ela coordena a campanha do antigo companheiro de luta.
O município de Caucaia tem mais de 325 mil pessoas enfrentando problemas de infraestrutura, violência, falta de ordenamento e limpeza urbana. As assembleias darão um norte para o candidato gerir a cidade de acordo com as principais necessidades da população. Para isso acontecer, as demandas foram divididas por temas, incluindo as questões quilombolas e indígenas (muito presente na região), campo, políticas públicas e segmentos sociais.
De acordo com a última pesquisa AtlasIntel, divulgada há duas semanas, 93,6% dos entrevistados apontam a criminalidade como principal problema e consequentemente, o maior desafio para o próximo gestor. O tema, foi inclusive bastante abordado durante os dois primeiros debates realizados entre os candidatos à prefeitura de Caucaia.
Em resposta aos questionamentos do candidato do PL, Coronel Aginaldo sobre qual seria a atuação do petista sobre segurança pública, Catanho reconheceu o problema, descartando soluções fáceis e puxando a responsabilidade para si.
“O município tem a obrigação de atuar nessa área, utilizando a guarda municipal para apoiar a segurança pública do Estado. É necessário equipar a guarda municipal e implementar políticas de iluminação pública nos pontos mais escuros da cidade. Além disso, é crucial adotar políticas sociais que previnam a violência. A política de segurança pública deve ser, acima de tudo, preventiva, oferecendo oportunidades para a juventude, como emprego, geração de renda, cultura e esporte”, respondeu o petista.
Outra pauta prioritária para os moradores, segundo a pesquisa AtlasIntel, é a saúde. Para 66,4% da população de Caucaia, esse é um dos setores que mais precisa de atenção. “Eu quero governar uma cidade onde as pessoas possam ir a um posto de saúde e fazer um curativo. Onde as pessoas possam ir a um consultório dentário e fazer o seu tratamento sem nenhum tipo de problema. Eu quero governar uma cidade onde as pessoas tenham seus direitos básicos respeitados. Não é fazendo obra faraônica que a gente vai transformar a vida do povo de Caucaia. A gente precisa começar garantindo o básico”, afirmou.
Saúde financeira do município é tema forte em debate
O debate também evidenciou a preocupação dos candidatos com a situação financeira de Caucaia e a necessidade de uma gestão mais transparente e responsável com os recursos públicos. Catanho chegou a criticar o empréstimo milionário feito na gestão do ex-prefeito Naumi Amorim, que não compareceu a nenhum debate realizado até agora.
“Nosso município tem passado por grandes dificuldades financeiras, e a gestão anterior do prefeito Naumi Amorim realizou um empréstimo de 80 milhões de dólares, o que hoje significa cerca de 400 milhões de reais”, afirmou Catanho, questionando a viabilidade e a transparência do empréstimo.
Catanho ressaltou ainda que, apenas este ano, Caucaia deverá pagar mais de 70 milhões de reais como parte desse empréstimo, o que, segundo ele, compromete os investimentos essenciais para a cidade. “Uma maternidade que está sendo viabilizada com recursos do governo federal custa 52 milhões de reais. Este empréstimo de 400 milhões penaliza as possibilidades de novos investimentos para um município já extremamente carente de obras estruturais e investimentos na saúde. É lamentável que ele não esteja aqui para dar explicações sobre o motivo de ter feito um empréstimo tão vultoso. A população de Caucaia merece saber o porquê dessa dívida e o impacto que ela terá no futuro da cidade”, declarou Catanho.