Pelo menos 870 mil pessoas tiveram suas casas diretamente impactadas pelas enchentes e deslizamentos no Rio Grande do Sul. O número representa quase 9% da população de todo o estado. Os dados são do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea).
O estudo inédito, divulgado nesta quarta-feira (17), revela também que 420 mil domicílios foram atingidos pelas consequências das chuvas. Eles estão localizados em 418 municípios que decretaram estado de calamidade ou emergência.
Segundo o levantamento do Ipea, a tragédia afetou quase 10% das famílias que viviam em situação de vulnerabilidade socioeconômica no estado antes catástrofe. O impacto total do desastre atingiu mais de 16 mil quilômetros quadrados. Isso representa 484 cidades, das 497 que compõem o território gaúcho.
O estrago, no entanto, é bem maior, já que a pesquisa se deteve apenas às pessoas que sofreram consequências diretas. Os dados não contabilizam, por exemplo, a população que não sofreu perdas materiais, mas foi atingida de maneira indireta com falta de acesso a serviços básicos.
Pelos cálculos das autoridades de defesa civil, estima-se que 2,3 milhões de cidadãos e cidadãs tenham sofrido impactos. O número de mortes chegou a 179. A tragédia climática das chuvas atingiu o Rio Grande do Sul a partir dos últimos dias do mês de abril e perdurou por até o início de maio.
Mesmo atualmente, cidades do estado ainda lidam com os impactos do evento, que foi um dos maiores desastres já registrados no Brasil e o mais potente a atingir o território gaúcho. Mais de 95% dos municípios foram afetados.