Mais três ataques armados de jagunços ao mando do latifúndio são denunciados nesses três estados. Esses somam com mais três denúncias de ataques que ocorreram no final de semana, contra diferentes povos indígenas. No Oeste do Paraná, contra a tekoha Tatury, Arapoty e Arakoé, todas partes da Terra Indígena Guasu Guavirá, do povo Avá-Guaraní; No Mato-Grosso do sul, os ataques ocorreram nas comunidades de Lagoa Rica, em Douradina, na Terra Indígena Panambi, contra os Guarani e Kaiowá; Já no Rio grande do sul, foi registrado contra as comunidades de Pekuruty, do povo Guarani Mbya e na cidade de Pontão, contra o povo Kaigang que retomaram a Fág Nor.

Segundo os relatos de lideranças do Guarani Mbya, no Rio Grande do Sul, uma camionete parou no acostamento da BR 290 em frente ao acampamento, realizando disparos e saindo em alta velocidade. Essa comunidade a anos demanda do Estado a demarcação das suas terras, tal situação só demonstra o nível de exposição que se encontram na rodovia.

Na terra indígena Dourados-Amambaipega I, o ataque se deu após a retomada de parte do território da comunidade, quando um grupo de jagunços adentrou o território armados e realizou disparos, ferindo uma jovem na perna, que segundo o Conselho Indígena Missionário, seguia sem atendimento médico até então.

No oeste do Paraná, na manhã de segunda-feira, a comunidade de Avá-Guarani, após a tomada justa de uma terra, pois estavam presos em uma área pequena na região, sofreram um ataque na comunidade, por latifundiários que cercaram e atropelaram quatro indígenas, que até a tarde de segunda-feira permaneciam sem atendimento médico. Os relatos foram que o Samu foi impedido de acessar a retomada de terra e que o cerco se mantém.

Os conflitos de terra nessas regiões seguem em uma profunda escalada, principalmente devido à ausência de movimentações do Estado para reconhecimento do território indígena. No oeste do Paraná, o território Avá-Guarani, vem sendo alvo de distintos atentados a anos, mesmo em projetos do Estado, como a Nova-Ferroeste que pretende passar uma linha férrea por entre seu território.