Crianças palestinas são torturadas na prisão israelense de Meggido, denuncia a Comissão Palestina de Assuntos de Prisioneiros e Ex-Prisioneiros, em comunicado desta quarta-feira (17).

Segundo a Comissão Palestina a carceragem israelense atua para “assassinar a infância de prisioneiros palestinos menores de idade, através de práticas odiosas de punição e retaliação, baseadas em espancamentos, tortura e abusos diários”.

A Comissão indicou que 130 menores palestinos enfrentam uma realidade trágica, porque detidos na chamada secção “3” da prisão de Meggido, atribuída a jovens com menos de 18 anos, esses menores são amontoados, de 12 a 18, em uma pequena cela.

Nestas condições os menores sofrem com a propagação de doenças que surgem em grande parte por falta de banho, só têm as roupas que usam e não podem ter sabonetes, xampus ou detergentes. As infecções aumentam a cada dia e eles são privados de medicamentos e tratamento.

A Comissão afirmou: “Devido à política de privação acima mencionada, sintomas de doenças apareceram nos corpos dos menores palestinos e a grande maioria deles não consegue dormir, devido à dor, coceira intensa, propagação de feridas e úlceras, e com o agravamento de doenças devido às altas temperaturas”.

“A criança que procura tratamento é sujeita a espancamentos, humilhação e isolamento por parte dos carcereiros israelenses, sem qualquer respeito pelas leis e convenções internacionais estipuladas”, acrescentou.

Manifestando preocupação com as políticas punitivas impostas por Israel contra os menores palestinos e todos os prisioneiros nas prisões da ocupação, a Comissão apelou às instituições internacionais preocupadas com os direitos das crianças para que ponham fim às práticas israelenses baseadas em fundamentos vingativos e racistas.

ESCOLAS SÃO BOMBARDEADAS EM GAZA

O comissário-geral da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA), Philippe Lazzarini, afirmou que pelo menos oito escolas foram atingidas na Faixa de Gaza nos últimos 10 dias pela ocupação israelense, incluindo seis escolas da UNRWA.

“A guerra roubou a infância e a educação das meninas e meninos em Gaza. Escolas não são um alvo. Uma ocorrência quase diária. Pelo menos oito escolas foram atingidas nos últimos 10 dias, incluindo seis escolas da UNRWA”, disse Lazzarini em uma publicação em sua conta oficial X.

“Todas as regras da guerra foram quebradas em Gaza”, frisou, enfatizando que o flagrante e constante desrespeito ao direito internacional humanitário por Israel continua inabalável.

“Perder a nossa humanidade comum não deve tornar-se a nova norma”, assinalou.

Lazzarini publicou uma foto mostrando a destruição de uma das escolas da UNRWA após ser alvo de bombardeio israelense. A escola está superlotada com pessoas deslocadas internamente buscando refúgio lá.