O grupo palestino Hamas afirmou neste domingo (14/07) que abandonou as negociações de cessar-fogo com Israel. A informação é da agência internacional de notícias AFP.
A decisão foi tomada pelo grupo após bombardeios israelenses matarem 92 palestinos no sábado (13/07) no campo de deslocados de Al Mawasi, no sul do território, perto de Khan Yunis. Outras 20 pessoas foram mortas em ataque ao campo de Al Shati na Cidade de Gaza, no norte do território.
Israel informou que tinha como alvos na área de Khan Yunis dois líderes do Hamas, Mohammed Deif e Rafa Salama, apresentados como “dois cérebros do massacre de 7 de outubro”. Segundo o Hamas, Deif está vivo. “Ele está bem e supervisiona as operações da Brigadas al Qasam (braço armado do Hamas) e da resistência”, declarou uma fonte do grupo, citada pela AFP.
As discussões sobre um cessar-fogo, mediadas por Catar, Egito e Estados Unidos, vinham avançando. Na semana passada, o Hamas aceitou negociar a libertação dos reféns sem um cessar-fogo permanente, que era uma das exigências anteriores do movimento.
Em comunicado divulgado pelo Hamas neste sábado, o líder político do grupo, Ismail Haniyeh, acusou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, de usar “massacres odiosos” em Gaza para bloquear o acordo. “A posição israelense (…) consiste em impor obstáculos que impeçam alcançar um acordo”, denunciou Haniyeh.
Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, mais de 38.500 pessoas foram mortas no território desde o início da guerra – na sua maioria, civis.
O ataque do Hamas a Israel, em 7 de outubro de 2023, deixou cerca de 1200 mortos e mais de 250 pessoas foram sequestradas. O Exército de Israel calcula que 116 pessoas permanecem em cativeiro em Gaza, 42 das quais teriam morrido.