O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse nesta sexta-feira (12/07) que tanto Israel quanto o Hamas concordaram com seu plano para um cessar-fogo na Faixa de Gaza, mas ressaltou que “ainda há trabalho a ser feito”.
“Há seis semanas, apresentei um quadro abrangente sobre como conseguir um cessar-fogo e trazer os reféns para casa. Ainda há trabalho a ser feito, e essas questões são complexas, mas esse quadro agora tem a aprovação tanto de Israel quanto do Hamas. Minha equipe está fazendo progressos e estou determinado a concluir isso”, escreveu o mandatário em rede social.
O plano apresentado pelo líder norte-americano no fim de maio é dividido em três etapas. No fim, ele levará a uma trégua total, libertação de reféns israelenses, soltura de prisioneiros palestinos detidos em Israel e facilitação de acesso à ajuda humanitária no enclave.
O projeto também prevê a retirada das tropas israelenses de Gaza e inclusão de investimentos para a reconstrução do território palestino, sobretudo escolas e hospitais destruídos ao longo de nove meses de intensas operações israelenses.
No dia anterior, o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, havia sinalizado que a autoridade norte-americana via “possibilidade” de Israel e Hamas chegarem a um consenso sobre o acordo de cessar-fogo e a libertação de reféns.
“Vemos progresso. Vemos a possibilidade de chegar a um acordo. Obviamente, não posso garantir isso porque há muitos detalhes a serem resolvidos. Achamos que as questões restantes podem ser resolvidas, devem ser resolvidas, e vamos continuar pressionando até conseguirmos um acordo”, afirmou Sullivan, à margem da cúpula da OTAN em Washington.
Negociação paralisada
Inicialmente a proposta delineada pelos Estados Unidos propunha, logo em sua primeira etapa, um cessar-fogo de seis semanas, durante o qual o exército de Tel Aviv garantiria sua retirada das áreas povoadas de Gaza. Reféns, incluindo idosos e mulheres, seriam trocados por centenas de prisioneiros palestinos. Além disso, civis também deveriam retornar ao enclave, enquanto 600 caminhões transportariam ajuda humanitária diariamente.
No entanto, as negociações ficaram paralisadas por semanas em decorrência da recusa de Israel, o que levou o Hamas a abandonar provisoriamente sua exigência de cessar-fogo na primeira fase do acordo.
O grupo palestino acusou, no início desta semana, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, de criar obstáculos sobre o plano enquanto intensifica as operações militares em todo o enclave, chegando a ameaçar retroceder negociações à estaca zero.