Em uma entrevista recente ao UOL News, Ciro Gomes, do PDT, detonou a polarização política no país, atribuindo a causa ao que ele descreve como “egoísmo” do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT.

Segundo o pedetista, essa polarização é “uma geração perdida” e um “caminho sem volta”, enquanto Lula mantiver essa postura.

“Eu tenho absoluta segurança de que isso está matando o Brasil [a polarização das forças políticas]. É uma geração perdida, é um caminho sem volta. (…) Eu suspeito que, enquanto o egoísmo do Lula não permitir que ele dê espaço a um passo alternativo, esta polarização vai sempre acontecer, porque ela é adjetiva”, disparou.

Ainda durante a entrevista, Ciro voltou a falar sobre sua experiência política em 1993, quando era governador do Ceará, e suas tentativas de contrapor Jair Bolsonaro, então um político emergente que propunha o fechamento do Congresso Nacional.

Ele descreveu Bolsonaro como inadequado para a presidência, mencionando que sua eleição em 2018 foi impulsionada pelo “ego descalibrado” de Lula, num contexto de crise econômica e social severa.

“O Bolsonaro não tinha nenhum dote para ser presidente do Brasil. Desculpa, eu conheço Bolsonaro há muitos anos”, confessou.

“Em 1993, eu era governador do Ceará, eu pedi a prisão e a cassação dele, porque ele estava propondo o fechamento do Congresso Nacional, em 1993, mal havíamos recuperado a democracia, esta figura trágica da vida brasileira”, prosseguiu.

“Este homem vira presidente do Brasil. Ninguém quer nunca parar pra pensar. Esse cara não desceu de Marte. Esse cara foi o intérprete, infelizmente pra nós, vulgar, despreparado, ladrão de galinha, pra presidente do Brasil”, completou.

No fim da entrevista, Ciro Gomes fez uma comparação contundente entre Lula e Bolsonaro, chamando Lula de “câncer” e Bolsonaro de “metástase” na política brasileira.

Ele questionou qual dos dois seria pior para o país, deixando a resposta a cargo do público.

“Sabe por que ele [Bolsonaro] foi eleito? Por uma circunstância muito simples: o ego descalibrado e sem nenhum resto de espírito público do Lula. Todo mundo sabia que as eleições de 2018 tinha um perdedor, que era o PT”, disse.

“Por que? Porque o PT merece? Não, porque havia ali um encontro trágico da pior crise econômica da história brasileira: 7% de queda do PIB em dois anos — nunca houve nada parecido na história do Brasil —, o desemprego se aproximando de 14% — o dobro do que está hoje —, a crise social generalizada [que tinha] explodido ali em 2013, na negação das coisas todas. Enquanto isso, o noticiário dominado pela notícia generalizada de corrupção”, finalizou.