Em conferência de imprensa após as conversações privadas, o presidente angolano sublinhou a importância que atribui à visita do seu homólogo timorense para o reforço das relações bilaterais.

Comentou a evolução histórica destes laços e as novas vias abertas pela assinatura de três acordos rubricados na segunda-feira, e as áreas de colaboração identificadas, como os sectores agrícola e petrolífero.

Neste sentido, destacou a incorporação de Timor-Leste em 2025 na Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), o que pode representar uma oportunidade para Angola e todos os membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) se aproximarem deste mercado de mais de 600 milhões de pessoas.

Ramos Horta, por sua vez, disse que para além de falar com Lourenço sobre as relações históricas, discutiram o presente e as potencialidades de cooperação mútua.

Disse ser favorável a que se passe dos abraços e expressões de amizade para dimensões mais práticas, como a cooperação comercial e económica, e é nesse sentido que as duas partes pretendem avançar.

Agradeceu a hospitalidade de Angola e reconheceu os grandes esforços do país para resolver os seus conflitos, reconciliar a nação e sarar as feridas internas, tal como aconteceu em Timor-Leste.

Referiu que também discutiu questões internacionais com Lourenço e descreveu a conversa como uma conferência magistral.

Angola e Timor-Leste assinaram esta segunda-feira três instrumentos jurídicos relacionados com a cooperação diplomática e para facilitar o intercâmbio profissional, no âmbito da visita a Luanda do Presidente José Ramos Horta.

No Palácio Presidencial, na Cidade Alta, as partes rubricaram um Memorando de Entendimento sobre consultas políticas bilaterais entre os ministérios das Relações Exteriores dos dois países.

O Ministro timorense das Relações Exteriores, Bendito dos Santos Freitas, e o seu homólogo angolano, Téte António, assinaram o documento, bem como um Memorando de Entendimento entre a Academia Diplomática Venâncio de Moura, de Angola, e o Centro de Estudos Diplomáticos da nação oceânica.

Os dois países assinaram ainda um acordo de isenção de vistos para passaportes diplomáticos e de serviço.