A Organização dos Estados Americanos (OEA) condenou “fortemente”, por meio da aprovação de uma resolução nesta quinta-feira (27/06), a tentativa fracassada de golpe de Estado na Bolívia, perpetrada pelo general golpista Juan José Zuñiga na última quarta-feira (26/06).

Durante assembleia realizada no Paraguai, a OEA expressou sua solidariedade com La Paz e apelou à denúncia de qualquer tentativa de desestabilização na região.

O primeiro ponto da resolução apresentada pela delegação do Chile e aprovada por aclamação na sessão plenária “condena veementemente o destacamento ilegal de unidades do Exército do Estado Plurinacional da Bolívia”.

O documento ainda classifica a insurgência militar como “uma ameaça ao regime constitucional e uma flagrante insubordinação às ordens expressas publicamente pelo presidente Luis Arce Catacora”.

Já o presidente paraguaio, Santiago Peña, que é receptor da reunião da OEA, fez um discurso de abertura da sessão e afirmou que a região “não é para regimes militares ou ditaduras”.

Antes da sessão plenária, o embaixador boliviano na OEA, Héctor Arce Zaconeta, detalhou os acontecimentos no país e destacou a mobilização da população e das organizações sociais que se convocaram à Praça Murillo, onde fica a sede do Executivo boliviano, em defesa da democracia.

O representante boliviano ainda agradeceu a aprovação unânime da resolução em defesa da democracia na Bolívia, de acordo com a Carta Democrática Interamericana e a carta fundadora da OEA.

Postura diferente de 2019

Em 2019, quando Evo Morales foi impedido de assumir a Presidência após se reeleger, a OEA chegou a convocar uma reunião do conselho permanente para discutir a “situação da Bolívia”.

Apesar da organização rejeitar, à época, “qualquer saída inconstitucional da situação” e pedir “respeito ao Estado Democrático” do país, a organização não resultou em ações democráticas.

Em um relatório final, a OEA, comandada então por Luis Almagro, apontou que as eleições que levaram à vitória de Morales sofreram “manipulação e graves irregularidades que impossibilitaram a validação dos resultados”.

Morales, impossibilitado de assumir o mandato e exilado no México, acusou a OEA de estar “ao serviço do império norte-americano”.