• albigu@lemmygrad.mlM
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    1 year ago

    Tem coisas tipo crença religiosa que eu acho impossível de separar de posições. Se a pessoa é católica por exemplo é bem provável que ela tenha algumas posições diferentes do que ela teria se fosse hindu. Mas o negoço é que pra chegar numa eleição pra presidente com chance de ganhar, já tem que ter dado muita sorte com aliança e partido, o que na maioria das vezes é limitado por opressões raciais, misóginas e xenofóbicas (e religiosas também). Só ver como os dois candidatos negros da ultima eleição são de partidos pequenos e quase não foram noticiados, e o nordestino que não para de ganhar eleição é o que fez carreira no sudeste. (Collor não é nordestino.)

    Acho que ao contrário de esconder essas questões, o interessante é justamente trazer elas mais a tona. Só olhar os memes antigos da Dilma pra ver a misoginia rolando solta no como ela era retratada, ou ver os comentários até em jornais renomados sobre o “Lula cachaceiro” ou “analfabeto”. O problema é que vai custar muita coragem dos jornais e influenciadores (na época nem chamava assim) que se beneficiaram desse comportamento de olhar pra trás e pedir perdão. Sem contar que uma parte muito importante do poder executivo é servir tanto pra representação interna quanto externa, eu diria mais importante até que as funções mais formais. Seria impossível selecionar um anônimo pra fazer essa função.

    Acho que as reformas muito mais interessantes seriam sobre representação e transparência no legislativo, porque é o lugar onde a maior parte do funcionamento dos 3 níveis de governo é definido, e também a menos acessível. Todo mundo tem presidente e juíz favorito e odiado, mas fica muito difícil ter opinião em mais de 500 deputados federais, muitos que desobedecem partido. Sem contar os importantíssimos deputados estaduais e vereadores que já passam batido.