Pra dar mais contexto, tem gente usando ia pra redigir parágrafos inteiros pra artigos, pra “ler” artigos pra elas e dar um resumo (que nem sempre é consistente com os resultados dos artigos, mas colocam assim mesmo), pra fazer seleção de artigos pra revisões sistemáticas (mas o método não é reproduzível, nem consistente. pra ter ideia, uma aluna disse que nem sequer sabe pesquisar nas bases científicas, e olha que tivemos aula em que o professor mostrou passo a passo). Nas atividades do curso, geral nem tenta fazer nada, é tudo gerado com ia. Já teve gente pagando mico com citações que não existiam.
O pessoal não usa pra auxiliar, usa pra não ter que fazer nada mesmo. Mas o que mais me impressiona é que os professores não fazem nada sobre e avaliam com nota suficiente pra passar. Alguns também estão usando da mesma forma. A única coisa aqui em que não se usa ia é pra modelagem matemática e geoprocessamento, mas apenas porque ainda não tem como.
É, o Brasil não é referência de Ciência levada a sério faz tempo, né? Ainda mais nas Universidades Privadas que não sejam PUC ou FGV. As pessoas sempre encontram formas de encurtar caminhos, mas temos que trabalhar para que o cenário científico e tecnológico seja levado a sério. Muitas vezes esse caminho é estudando no exterior, mesmo que seja para terem suas ideias rejeitadas por dificuldades de não estar completamente inserido no círculo da faculdade como pessoa natural (por exemplo, um europeu ou alemão morando na Alemanha - se a Universidade for alemã). A fuga de cérebros não é só por causa dos valores maiores em dinheiro, mas acredito que também por causa de situações como essa.
Estudei na Estácio no Rio de Janeiro (antes da IA), e é a mesma coisa. As pessoas querendo cortar caminhos, fazer o que precisa pra ter o diploma e voltar pra casa. Admiro as pessoas que batalham para sair da pobreza (que é muitos casos dessas Universidades) e encontrar no diploma uma forma de enriquecer, mas isso não pode ser desculpa para manter a qualidade das coisas do jeito que está.
A reforma precisa ser estrutural, com laboratórios bem pensados e estabelecidos, consequência do interesse e da qualidade do ensino. E não laboratórios e outras formas de extensão para cumprir tabela. Muita coisa é feita só para cumprir tabela e nas Universidades Públicas não é muito melhor. As pessoas estudam e fazem grandes empresas baseadas nas Universidades Públicas, mas não é o suficiente. Precisamos de uma Ética Universitária que não existe no Brasil ainda.
Toda a Ciência de maior qualidade que conheço do Brasil, como a Física das faculdades públicas, ou a Matemática, dependem e estão “a serviço” das Universidades do exterior. Esse modelo não vai fazer o Brasil ser liderança em Ciência nunca. Os professores anunciam com glória que estão usando os recursos dos maiores cientistas da Europa para fazer Ciência e esquecem do Brasil.
A situação do Direito no Brasil é profundamente ligada à política, como talvez deva ser, mas no Brasil isso significa sempre estar se baseando em pautas de combate à pobreza, do Estado de Bem Estar Social, e de quem está certo ou errado. Isso não é ruim, mas o debate poderia ser mais rico. A Filosofia é uma área legal, mas está sujeita aos pensadores alemães.
Voltando ao ponto para não divagar muito, acho que tem coisas boas no Brasil, mas o cerne está um pouco estragado e isso só melhora com uma ruptura do complexo de vira-lata da Ciência brasileira. Tenho certeza que então as pessoas vão começar a se questionar se a Ciência brasileira, e o Brasil por fim, estão indo no rumo certo. Mas isso significa partir do desinteresse e desprezo pela Ciência que muitos brasileiros têm ao apontar que ela não serve pra nada. E a cultura popular tem muita relevância nisso.
Pra dar mais contexto, tem gente usando ia pra redigir parágrafos inteiros pra artigos, pra “ler” artigos pra elas e dar um resumo (que nem sempre é consistente com os resultados dos artigos, mas colocam assim mesmo), pra fazer seleção de artigos pra revisões sistemáticas (mas o método não é reproduzível, nem consistente. pra ter ideia, uma aluna disse que nem sequer sabe pesquisar nas bases científicas, e olha que tivemos aula em que o professor mostrou passo a passo). Nas atividades do curso, geral nem tenta fazer nada, é tudo gerado com ia. Já teve gente pagando mico com citações que não existiam.
O pessoal não usa pra auxiliar, usa pra não ter que fazer nada mesmo. Mas o que mais me impressiona é que os professores não fazem nada sobre e avaliam com nota suficiente pra passar. Alguns também estão usando da mesma forma. A única coisa aqui em que não se usa ia é pra modelagem matemática e geoprocessamento, mas apenas porque ainda não tem como.
É, o Brasil não é referência de Ciência levada a sério faz tempo, né? Ainda mais nas Universidades Privadas que não sejam PUC ou FGV. As pessoas sempre encontram formas de encurtar caminhos, mas temos que trabalhar para que o cenário científico e tecnológico seja levado a sério. Muitas vezes esse caminho é estudando no exterior, mesmo que seja para terem suas ideias rejeitadas por dificuldades de não estar completamente inserido no círculo da faculdade como pessoa natural (por exemplo, um europeu ou alemão morando na Alemanha - se a Universidade for alemã). A fuga de cérebros não é só por causa dos valores maiores em dinheiro, mas acredito que também por causa de situações como essa.
Estudei na Estácio no Rio de Janeiro (antes da IA), e é a mesma coisa. As pessoas querendo cortar caminhos, fazer o que precisa pra ter o diploma e voltar pra casa. Admiro as pessoas que batalham para sair da pobreza (que é muitos casos dessas Universidades) e encontrar no diploma uma forma de enriquecer, mas isso não pode ser desculpa para manter a qualidade das coisas do jeito que está.
A reforma precisa ser estrutural, com laboratórios bem pensados e estabelecidos, consequência do interesse e da qualidade do ensino. E não laboratórios e outras formas de extensão para cumprir tabela. Muita coisa é feita só para cumprir tabela e nas Universidades Públicas não é muito melhor. As pessoas estudam e fazem grandes empresas baseadas nas Universidades Públicas, mas não é o suficiente. Precisamos de uma Ética Universitária que não existe no Brasil ainda.
Toda a Ciência de maior qualidade que conheço do Brasil, como a Física das faculdades públicas, ou a Matemática, dependem e estão “a serviço” das Universidades do exterior. Esse modelo não vai fazer o Brasil ser liderança em Ciência nunca. Os professores anunciam com glória que estão usando os recursos dos maiores cientistas da Europa para fazer Ciência e esquecem do Brasil.
A situação do Direito no Brasil é profundamente ligada à política, como talvez deva ser, mas no Brasil isso significa sempre estar se baseando em pautas de combate à pobreza, do Estado de Bem Estar Social, e de quem está certo ou errado. Isso não é ruim, mas o debate poderia ser mais rico. A Filosofia é uma área legal, mas está sujeita aos pensadores alemães.
Voltando ao ponto para não divagar muito, acho que tem coisas boas no Brasil, mas o cerne está um pouco estragado e isso só melhora com uma ruptura do complexo de vira-lata da Ciência brasileira. Tenho certeza que então as pessoas vão começar a se questionar se a Ciência brasileira, e o Brasil por fim, estão indo no rumo certo. Mas isso significa partir do desinteresse e desprezo pela Ciência que muitos brasileiros têm ao apontar que ela não serve pra nada. E a cultura popular tem muita relevância nisso.