Marquinhos Zuckerberg decidiu que ir de Elon Musk é politicamente viável, e talvez até seja.
Mas quaisquer impactos que isso tenha nos EUA será bem diferente de aqui no Brasil, onde pra banir o Twitter por duas semanas já foi uma choradeira (sendo que ninguém usa esse trem). O Brasil é o terceiro país que mais usa Instagram, depois da Índia e do Inferno. Diferente dos EUA, o (des)controle do Instagram e do Whatsapp não é só um vetor de desinformação, mas também um risco grande à soberania digital. Numa reprise do Twitter vs Alexandre de Morais com o Instagram, o STF perde.
Nesse contexto, não dá pra ser um idealista do software livre e enfiar a cabeça na areia falando “não é problema meu, eu uso pixelfed/lemmy/Mastodon/IRC”. Mas também não vejo alternativas prontas, já que ninguém usaria um “Instagram Brasileiro” (mesmo que na minha experiência a maioria das pessoas usa primariamente pra consumir conteúdo BR). E sem contar que muitas organizações, incluindo uma que eu participo, necessitam do uso de Instagram e Whatsapp pra alcançar o nosso público.
Supondo um governo minimamente nacionalista, poderíamos ter investimentos pra produção de software (livre ou não) nacional. Talvez até aproveitando avanços em protocolos como activitypub pra forçar algum tipo de integração com os internacionais. Invês disso temos dúzias de institutos de pesquisa pra avaliar os impactos nocivos dessas “plataformas” porcas como se não fosse possível ter qualquer alternativa além de implorar às empresas a irem contra seus próprios interesses.
Não precisamos de mais “boicotes” ou “abandonos” ao Instagram ou qualquer outra rede social pra vivermos como monges ou professores universitários. Precisamos construir alternativas para usufruir de todas os benefícios dessas ferramentas sem os problemas oriundos apenas de não termos o controle delas.
\rant
Ah, tadinhos do Insta e do tio Zuck…
Quero mais é que o Instagram se foda! /desabafo
Viva ao Lemmy, Mastodon e outros!