Nesse mês vamos ler o primeiro ensaio do livro Tecnodiversidade de Yuk Hui, Cosmotécnica Como Cosmopolítica.

O livro reúne os principais textos do filósofo da tecnologia, Yuk Hui, uma das figuras mais influentes no debate sobre tecnologia, inteligência artificial e o que ele chama de “cosmotécnicas”, tecnologias desenvolvidas em contextos locais, particulares, que conteriam as saídas para a atual crise ecológica, política e social mundial.
A tecnologia foi sempre pensada como um conhecimento universal, resultado do processo de superação da dependência do homem de seus órgãos. Não há uma única tecnologia, mas sim uma tecnodiversidade – uma multiplicidade de cosmotécnicas que diferem umas das outras em seus valores, epistemologias e formas de existência.
A superação da conjuntura atual, marcada por uma crise ecológica e moral, depende de uma política de decolonização em benefício de uma pluralidade de cosmotécnicas que poderão contribuir para a criação de novos futuros tecnológicos. Eis como a cosmotécnica ganha uma dimensão cosmopolítica.

Formato:

  • Vamos usar esse tópico para as discussões sobre o texto durante a leitura
  • Faremos uma reunião geral para discutir o ensaio no Discord do Nautilus, dia 23 de março às 16h

Onde ler:

Recursos e referências:

Canal do Grupo de Filosofia no Discord do Nautilus

repost porque o outro não tava aparecendo no Mastodon

  • jonnyOPMA
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    5
    ·
    9 months ago

    Tava lendo umas coisas do Yuk Hui antes de pegar o Cosmotécnica como Cosmopolítica e esse trecho aqui sobre IAs e arte me pegou muito:

    Esse perigo se manifesta primeiro como um risco ou até mesmo uma catástrofe estética: o uso dessas tecnologias na criação artística pode acelerar a pobreza de sensibilidade e levar a um entorpecimento crescente. Sua ênfase na experiência vivida, seja ela imersiva ou aumentada, não passa de mero consumo de empolgação e propaganda, e só encerrará nossa experiência estética ao reduzir nossos cinco sentidos a dados sensoriais que sustentam o banco de dados e as operações algorítmicas. Além de exibir o avanço da tecnologia e a chamada criatividade, há uma completa falta de questionamento. Esse silêncio e essa contradição também são o lugar onde a arte pode agir. A solução está aberta, mas a arte precisa ser questionada em sua capacidade de questionar em resposta à estetização atual do consumismo e da política.
    […]
    A arte, como a ciência do sensível, pode intervir estabelecendo relações entre o pensamento religioso, filosófico, científico, tecnológico e estético, para reestabelecer o pensamento estético como pensamento primordial, após a morte de Deus, o fim da filosofia e a hegemonia da tecnociência.

    — Yuk Hui, Art and Cosmotechnics