Muito se fala sobre o estereótipo da Família, que é o núcleo pra que tudo funcione na sociedade moderna.

Mas como quebrar esse estereótipo? Que tipo de formas de vida podemos ter para revolucionar a forma como as pessoas se relacionam e desenvolvem suas vidas, ideias e interesses?

Alguém quer compartilhar sua história de vida, que talvez traga a outras pessoas a luz de que é possível viver de uma forma diferente com saúde e fortaleza?

  • guilhermegnzaga
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    5 days ago

    Eu sempre vivi bem sozinho, não no sentido de não ter amigos familiares ao meu redor, mas desde o início meu propósito profissional era muito desviado do que todos ao meu redor acreditavam. Minha mãe por exemplo, só descobriu que havia graduação em música quando eu passei na universidade rsrs… Eu simplesmente tive um filho, faz 9 anos. Suspeito sou de dizer: o menino é um gênio, quando ele tinha 3 anos a mãe dele foi pra europa e eu fiquei full time com o carinha. Embora parecamos sozinhos no mundo consegui construir relações com e para ele que poucas crianças da idade dele têm.

    ex:

    • uma continha no bar da esquina pra quando ele quiser comprar uns quitutes, uns miralbel, etc…
    • um ciclo de amigos da ruapara ele encontrar ocasionalmente
    • eu promovi uma espécie de censura (rsrs) com o entretenimento infantil contemporâneo: sem android, sem internet aberta, sem serviços de streaming porém com um repositório enorme de desenhos antigos como os cartoon cartoons e antigões da hanna barbera, jogos eu sou mais liberal, deixo ele ter a conta dele no roblox e conversar por ali. mas acabo forçando ele a jogar meus jogos das antigas como Warcraft III, Diablo II, Red Alert, Age of Empires, Zeldinha (nos emuladores), etc
    • uma relação que não envolve só amor e carinho, mas uma forma de amizade com trocas de opiniões sincera e raciocínios mútuos (que espero não perder com a adolescência)
    • desenvolver diversas preocupações individuais (“deu briga!? vaza longe”, “olha o nóia da rua, hora que esse cara chegar na praça vaza”, “a tiazinha que mora ali embaixo briga mesmo com o barulho das crianças porque é uma infeliz n liga não”)
    • temos um sistema de radio-comunicação pra quando ele vai dar um rolê pelo bairro (tenho alcançe de ± 5km)
    • ele tem iniciativa de incluir coisas na lista de compras
    • “o pão com fermento caseiro, a coca de vidro, a banana mais verdinha, um pião de madeira, um bibioquê*” e outros valores lúdicos que a modernidade vem nos tirando
    • etc, etc, etc…

    Bom, ele sabe o pai que tem e que um coitado como esse que insiste em viver de música não pode prover muita coisa no sentido material (ex: uma bolsa nova, brinquedos superfaturados, etc…). As vezes rola o questionamento “nossa você fica em casa o dia inteiro pai” sendo que eu saio trabalhar de madrugada (graças a ajuda de uma vizinha que tenho confiança) e chego no outro dia arregassado, ele vê que alguma coisa eu faço. O mundo (talvez mais a minha família que o mundo todo) esfregou demais na minha cara que nada iria dar certo sem uma ‘esposa’ ou a mãe dele comigo. Mas eu digo que seria só mais estorvo. Infelizmente, não tem como negar quando você é uma pessoa sozinha, e aceitar sem propósito associações mesmo que na instituição mais sagrada possível que é a familia.

    TLDR (resumo)

    Não tenham medo de viver a vida e criar alguém sozinho. Ter um filho é uma parada que pode extravasar seu potencial como ser humano! Deixar de lado essa história de “mamãe, papai e filhinho”, figura materna, figura paterna, etc foi um ponto crucial pra poder progredir nesse modo.

    P.S: vocês sabem o que é um bibioquê ?

    • obbeelOP
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      5 days ago

      Fui buscar na Internet pra saber o que é um bibioquê, não conhecia de nome. É aquele brinquedo de jogar a bola pra cima e ela cair no copo, né? Eu já vi antes.

      Bela história de vida. Bom saber que tem um pai solteiro por aí que está conseguindo segurar as pontas. Cuidar da casa, fazer comida e lidar com todos esses reveses como homem deve ser difícil.

      Obrigado por compartilhar!