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  • Repostando aqui algo que falei no mastodon.

    juiz precisa ser tratado como rei pra continuar vivendo e pensando como burguês e defendendo eles, e não o povo.

    Quanto mais se sobe no serviço público mais privilégios são concedidos pra que essa gente, que é trabalhadora tbm, não pense por um segundo sequer que tem algo em comum com o pobre que rala no 6x1 ou 7x0.

    Se for na literatura você vai ver menções a “o superlucro da exploração internacional é capaz de corromper parte da classe trabalhadora, que vive de maneira aburguesada”

    Dito isso, não acho que seja efetivo criar revolta contra os gestores dos interesses do capital. Eles continuam não sendo os donos da bola, apesar de gozarem de privilégios. Desconfio que esse tipo de crítica pode acabar na verdade fortalecendo o movimento neoliberal de sucateamento do estado (olhem como os servidores públicos são marajás! Vamos acabar com essa mamata!). Vide Collor no Brasil e Milei na Argentina.



  • Marte, agradeço pelo tempo dedicado à causa. Minha posição sobre o assunto não é firme, afinal tenho pouquíssimo envolvimento com o tema e não tenho o perfil para acompanhar idas e vindas de nada por tanto tempo.

    Partindo da premissa que a ursal.zone é uma instância centralizadora, grande demais e mal administrada, isso é suficiente para bloquearmos a instância? Se a resposta for sim, entendo que a mesma ação deveria ser tomada contra as redes comerciais (threads e bluesky).

    A partir de posicionamentos anteriores da Ayom, entendo que instâncias grandes não são, por si só, um motivo para desfederação na visão do coletivo. O caso da mastodon.social é diferente pois a quantidade de spam/scam vindo de lá é enorme e pode facilmente sobrecarregar a moderação de instâncias pequenas, justificando assim o bloqueio a partir da quantidade de recursos que temos disponíveis em instâncias pequenas.

    Entendo que o problema da Ursal está principalmente na figura da Ursalzona, não sendo a instância um espaço com usuários mais ou menos causadores de problemas do que as redes comerciais.

    Voto para que seja bloqueada a conta da Ursalzona e mantida a federação com a instância ursal.zone.


  • Queria pegar um ponto que você trouxe e aumenta-lo.

    É importante fazer escolhas conscientes? Sim, mas elas são incrivelmente limitadas.

    A escolha individual não vai salvar a pátria.

    Concordo com você e é aí que eu vejo o fracasso do movimento do software livre. Não há nada de errado com o software livre. Ele é ético, econômico, cheiroso e tudo de bom. O problema está no movimento, que insiste em tentar transformar a realidade a partir das escolhas individuais e segue sendo mero veículo da ideologia burguesa.

    Precisamos mesmo é de iniciativas organizativas que combatam o viés liberal dentro da TI e ao mesmo tempo promovam o software livre. Especialmente dentro do setor público, a adoção de software livre se traduz imediatamente em maior capacidade de ser auditável, em maior eficiência do investimento, na mitigação do aprisionamento tecnológico (vendor lock-in) e no incentivo à economia nacional (pagando o suporte de uma empresa local, ao invés de contratar um plano de serviços de uma big tech estadunidense por exemplo). Isso pra não falar na segurança e soberania nacional.


  • Olá Daltux!

    Achei muito importante a reflexão que você trouxe e gostei bastante do cuidado que você teve na construção desse texto. Reconheço que você foi além de uma boa construção da narrativa, ao estabelecer hyperlinks em múltiplos pontos e descrição alternativa da figura, bem como por licenciar a publicação de modo coerente.

    Minha opinião não está tão bem fundamentada quanto a sua, mas creio que ainda assim tem algum valor por aproximar dois campos que raramente se aproximam: marxismo e tecnologia da informação. Espero não estar equivocada apesar da minha fraca base do marxismo.

    Em 1845, Karl Marx formula uma crítica à filosofia dominante na Alemanha da época: O idealismo hegeliano. Nesta crítica, Marx estabelece as bases para o que passou a ser conhecido como materialismo histórico. Exponho talvez a citação mais famosa de Karl Marx decorrente deste pensamento: “Os filósofos apenas interpretaram o mundo de diferentes maneiras; o que importa é transformá-lo.”

    O movimento do software livre se propõe, desde o início, como uma corrente filosófica, ao meu ver, idealista e individualista. Idealista porque, nas palavras do próprio fundador do movimento, trata-se de um objetivo baseado em questão de princípios e valores. Individualista, porque coloca em primeiro plano as liberdades e direitos individuais do usuário, em detrimento das liberdades e direitos de toda a sociedade.

    Do ponto de vista filosófico, imagino que não exista problema em defender esta ou aquela corrente de pensamento. Porém, quando se trata de transformar a realidade, compreendendo adequadamente a nossa situação presente e o que é preciso ser feito para modifica-la, creio que o materialismo histórico é o método cientificamente correto para estudar a sociedade, a economia e a história. “Não é a consciência que determina a vida, mas a vida que determina a consciência”.

    A realidade dos povos, segundo Marx, não pode ser explicada a partir de um viés que entenda as ideias como um fator que figurem em primeiro plano, uma vez que estas somente encontram o seu valor enquanto fornecedoras dos alicerces que sustentam a imensa estrutura econômica, que nada mais é do que o próprio mundo material, o mundo real.

    Isto é, na visão marxista, o fracasso do software livre na computação cotidiana não está na falta de esclarecimento das pessoas sobre os valores e ideais do movimento, mas está sim na forma como a nossa sociedade organiza a produção econômica e tecnológica, e este modo de organização é o responsável por moldar os valores e ideias da sociedade.

    Por este conflito, vemos, todos os dias, seguidores da filosofia do software livre exibindo orgulhosamente seus valores e ideias supostamente mais nobres e corretos e desdenhando dos não iluminados. Para estes, sempre tratou-se de uma questão de princípios e ética. Para mim, marxista, trata-se de uma questão material: Usa software livre quem tem o capital cultural para manejar uma experiência computacional não hegemônica; desenvolve software livre quem possui, além do capital cultural de uma formação técnica especializada, tempo livre para trabalhar voluntariamente em algo sem a contraprestação de uma remuneração; redistribui software livre quem consegue abrir mão da vantagem competitiva proveniente da, erroneamente chamada, propriedade intelectual e ainda assim sustentar uma operação comercial rentável.

    Eu poderia jocosamente resumir toda a minha argumentação dizendo que tudo isso trata-se do movimento do tempo livre: Usar, estudar, modificar e redistribuir software que requer mais tempo livre do que o software privativo de liberdade. Não é o software realmente que é privativo de liberdade, mas somos nós, antes mesmo de iniciarmos nossa interação com qualquer software. As pessoas usam software privativo de liberdade não porque elas não são iluminadas pelos princípios éticos corretos, mas sim porque elas vivem em uma sociedade em que elas são não livres, e são obrigadas a usar aquilo que é disponibilizado para elas.

    Edit: Fui questionada sobre qual a minha proposta sobre essa questão. Eu diria que não tenho uma proposta original, mas um mero reforço daquilo que já está ocorrendo há décadas no setor de TI. A iniciativa do “código aberto” já sintetiza uma ideologia que sustenta um modelo de produção de software economicamente superior em comparação com o modelo de software não livre. Para nós, enquanto usuários, a diferença é irrelevante tendo em vista que quase todos os softwares de código aberto são software livre. A diferença de efeitos entre software livre com e sem copyleft é, ao meu ver, uma barreira que será superada, não pela via filosófica, mas pela via material. E nesse aspecto, arrisco dizer que o movimento do software livre erra feio em, apesar de reconhecer que o código aberto não é o inimigo, mas sim o software não livre, se recusar a apoiar o modelo de produção de software do código aberto, economicamente superior e portanto capaz de eliminar cada vez mais o software privativo.



  • 500 caracteres não é um número aleatório, mas sim o valor padrão segundo a doc do mastodon. Eu gosto do padrão e, embora não esteja disposta a brigar pela manutenção do status quo, deixarei meus argumentos do porque acredito ser a decisão correta (para mim).

    Acho que encontrar textos grandes na linha do tempo quebra o fluxo de mensagens curtas típico de uma plataforma de microblog. Pra mim é indiferente se é uma mensagem de 10 mil caracteres ou 20 mensagens de 500 caracteres. Quando esbarro em algo grande eu dificilmente paro pra ler. Não é a plataforma certa pra isso na minha opinião. Prefiro ler textos longos em outros lugares.

    Acho que o trabalho de ser conciso e fazer caber dentro de certo limite imposto é um desafio que desenvolve a nossa capacidade de comunicação. Eu estou sempre sendo instigada a eliminar palavras e mudar minha redação para tornar a mensagem mais concisa e acredito que isso contribua para me fazer uma comunicadora melhor. Penso que quanto mais concisa eu for, mais respeitosa eu serei com o tempo dos leitores da minha mensagem. Nas palavras do filósofo iluminista “Escrevo-vos uma longa carta porque não tenho tempo de a escrever breve.”. Elevar o limite teria, ao meu ver, o efeito de tornar todos nós menos exigentes com nossa escrita, o que não é legal.

    Compreendo que este não seja o sentimento de todas as pessoas e que algumas pessoas podem não conseguir se adaptar a um formato de mensagens curtas de microblog. Para esses casos, eu acredito que o mais apropriado seria a pessoa manter uma conta em uma instância mais flexível com o limite de caracteres, ou reconhecer que está construindo uma mensagem que talvez fosse mais adequada para outra plataforma (temos hoje um lemmy e um writefreely que contemplam justamente esses espaços). Ter contas em instâncias/serviços diferentes ajuda principalmente o nosso público, permitindo que nos sigam nas mídias mais coerentes. Eu posso gostar dos textos longos de alguém, mas não suportar os comentários curtos dessa mesma pessoa, e vice-versa. Poder seguir cada fonte de conteúdo de maneira independente me parece ser a escolha correta.