Da Espanha ao México
María de los Ángeles Fernández Abad, mais conhecida como Angelines, nasceu em Madrid em 1922. Durante sua juventude, ela se uniu ao lado republicano na Guerra Civil Espanhola (1936-1939), lutando bravamente contra o fascismo franquista. Sua coragem e determinação em um período tão conturbado marcaram o início de uma vida repleta de desafios e conquistas.
O Exílio
Com a derrota dos republicanos em 1939, o regime franquista perseguiu incansavelmente aqueles que se opuseram ao seu governo. Angelines, por sua colaboração com os maquis, foi forçada a deixar sua terra natal. Em 1947, após uma breve estadia em Havana, ela emigrou para o México, levando consigo as cicatrizes da guerra e um espírito indomável de luta.
A Bruxa do 71
Em sua nova vida no México, Angelines encontrou seu lugar nas telas de televisão. Interpretando Dona Clotilde na famosa série “A Bruxa do 71”, ela conquistou o coração de milhões de espectadores. Seu personagem, excêntrico e cheio de humor, se destacou em uma série que marcou gerações e se tornou um ícone da cultura popular hispano-americana.
Um Vínculo Especial
Angelines também teve a sorte de contar com amigos valiosos em sua jornada. Ramón Valdés, conhecido como “Don Ramón” na série, a recomendou a Roberto Gómez Bolaños, o criador do programa, ajudando a abrir as portas para seu maior sucesso. A amizade entre eles transcendeu as câmeras, e Angelines sempre expressou gratidão a quem a apoiou em sua carreira.
O Fim de uma Vida Intensa
Mãe solteira de uma filha chamada Paloma, Angelines enfrentou a vida com coragem até o fim. Ela faleceu em 1994, aos 72 anos, em decorrência de câncer de pulmão, apenas dois anos após o diagnóstico. Seu sepultamento ao lado de Ramón Valdés simboliza o fechamento de um capítulo de profunda amizade e companheirismo.
Um Legado Além da Tela
A história de Angelines Fernández é um testemunho da luta de muitas mulheres que, após enfrentar adversidades, reconstruíram suas vidas no exílio. Sua trajetória é uma ponte entre a resistência antifranquista e a rica cultura popular hispano-americana.
Angelines não foi apenas uma artista; ela foi uma lutadora e um símbolo de perseverança. Sua história nos convida a lembrar que cada luta, por menor que pareça, deixa uma marca indelével em nossas vidas. Que possamos honrar seu legado e valorizar as batalhas que moldam nossa história.