Qual a preferência de vocês?
Dirigi recentemente um Kicks com câmbio CVT e apesar de ser muito confortável na cidade, quando eu pisei mais fundo o carro me pareceu meio manco, quase que borrachudo (imagino que seja o tempo dos discos mudarem de posição).
Dirigi um Polo automático de 6 marchas e achei mais espertinho, só que senti uns tranquinhos quando o carro tava numa velocidade que o computador não conseguia se decidir direito em qual marcha deveria ficar.
No geral eu acho carro manual bem tranquilo, só é bem ruim quando tem engarrafamento - teve uma vez que peguei engarrafamento nuns morros e minha perna ficou doendo uns dias.
Pra estrada de chão/offroad existe muita diferença? Ouvi gente falar que cambio automático é melhor pra offroad por causa da entrega mais suave de torque (mas imagino que precise de refrigeração na transmissão).
Ah, outra pergunta: vi que o Suzuki SX4 e Jimny Sierra tem versões com câmbio automático de 4 marchas. Nesse caso, não seriam poucas opções de relação para deixar o motor?
CVT em tese teria como remapear central pra mudar os ajustes da polias a cada rotação e velocidade. Pessoal só remapeia ECU de motor, e pra firula, mas a possibilidade de fazer isso em CVT pra resolver velocidades ideais pro uso do dono existem. Tenho Fit com CVT e ele tem uma relação baixa, então mesmo na lenta ele pula rápido pra uns 30km/h, aí mesmo sendo coisa barata (R$ 18 mil) faz fácil 10km.litro na cidade, coisa difícil de fazer em manual 1.0 (Nunca consegui nem perto).
Pra coisa pesada em estrada de chão e cia, uma coisa que ocorre é comer encaixe de ponta de eixo, e gastar retentores, porque com o peso o motor na prática aplica força alta na hora da explosão do cilindro, e então fica lento, aí o rastro fica trepidado. A ponta de eixo é quem absorve mais impacto, aí a folga de 0,01mm logo aumenta, e uma hora come a ponto de ficar lisa, ocorre tipo isso: https://i.ytimg.com/vi/ORbbxse-GnQ/sddefault.jpg Vemos mais em caminhão e trator, mas em pickup e em carro adaptado pra carga também, nesse caso é a trizeta quem sofre os impactos, mas você nota que mal deu 30 mil km e já tá com folga de novo, tipo quando você coloca carroceria em carro velho e usa pra carga tipo 200-300kg. É nítido o desgaste que esses soquinhos de cambio manual geram. Mas… em carro comum não é comum, era coisa de Corcel velho e cia, talvez o aço da época era mais frágil, em carro mais recente mesmo com 300-400 mil km é raro ver isso (E trizeta tá R$ 40, entre começar o barulho e ela desmontar de tanto desgastes, sempre dá tempo de encomendar via web e ser entregue lá no fim do mundo).
No caso de coisa potente tipo 300-400cv, os trambolhos pesadões de 2 toneladas (Falando em SUV), talvez esses tranquinhos gerem patinação fácil, mas em pickup comum, leve ou pesada (Hillux, S-10, até F-250 CD e cia), não é relevante, pessoal atola muito pela mania burra de sair acelerando, quem faz isso faz essa cagada tanto em MT como em AT, não dá pra jogar a culpa em MT. Se tiver diferença notável (Patinar fácil até sem acelerar quase nada) talvez seja nos trambolhos de 300cv ou mais, porque em pickup tipo 180cv, ou nas antigas de 83-120cv, precisa pisar fundo pra sair patinando a ponto de ter acidentes graves, é questão de dosar a rotação frente ao atrito com o solo, quanto mais acelera mais flutua sobre a lama e portanto mais devagar vai, é lógica simples, freio ABS existe pra evitar flutuação, se travar pneu ele flutua e não tem atrito decente com o solo, enquanto se ainda roda, o atrito é maximizado, e freia mais cedo. Devia ter o equivalente ao ABS pra evitar patinação em todo veículo aí pessoal entenderia, mas isso só seria possível em AT/CVT mesmo (E o sistema da Fiat que dá uns tranquilos nos Jeep não ajuda, o tranquinho gera patinação, ideal seria sair devagar igual os Jeeps CJ-5 automáticos de 3 marchas dos anos 70, em marcha lenta ele pressuriza pouco óleo então basicamente precisa acelerar pra sair da lenta pro veículo se mover, mas a pressão (No conversor de torque) aumenta devagar então ele nem consegue dar tranco, cambio automático analógico tinha essa vantagem, era lento nessa saída e portanto suave, sistemas eletrônicos e de hidralica mais precisa tem troca de marchas mais rápida mas também permite patinar na saída sem querer).
Valeu @rubem@lemmy.eco.br. Mas fiquei na dúvida: no geral é melhor um AT ou MT?
E sobre esse trecho aqui do post:
Pra estrada de chão/offroad existe muita diferença? Ouvi gente falar que cambio automático é melhor pra offroad por causa da entrega mais suave de torque (mas imagino que precise de refrigeração na transmissão).
Ah, outra pergunta: vi que o Suzuki SX4 e Jimny Sierra tem versões com câmbio automático de 4 marchas. Nesse caso, não seriam poucas opções de relação para deixar o motor?
Alguma observação?
Então, em chão (“off-road” é nome afrescalhado, o país é lotado de estradas de chão pior que muita trilha, o que o Brasil menos tem é asfalto, sei lá se já tem 5% da malha rodoviária asfaltada), a diferença que vejo é só no desgaste dessas partes de contato entre cambio e transmissão, a parte de patinação em si duvido que seja relevante pra carro de gente, provavelmente só tem patinação fácil em carro afrescalhado que pessoal compra com potência altíssima mais pra exibir que pra usar.
Sobre cambio AT com poucas marchas, ainda é questão de custo, precisa fazer mais engrenagens, e a manutenção aumenta por ter mais atuadores. Quem precisa ficar trocando marcha toda hora é carro 1.0, coisa mais potente tem torque e potência pra ficar na 2ª ou 3ª marcha em estrada de chão e nunca trocar.
Sobre o trocador de calor, ele usa água do radiador, é só não deixar lama demais no radiador, a temp. do radiador é por eletro-ventilador então tanto faz se tá andando ou parado. Tem um problema de PROJETO em cambio tipo os franceses incompetentes do cambio AL4, que precisa trocador de calor maior que o original, mas aí mesmo em uso urbano ele é péssimo, digo, é justo nesse uso que ele dá problema precoce, 10°C a mais em temperatura ambiente exigem trocador de calor com temp. mais baixa, ou um maior, justo pela cagada/burrice estratosférica dos francesas com o AL4 todo mundo aprendeu que não pode usar trocador lixo, a Jeep teve problemas porque era época de troca de donos e cia e usaram de novo a incompetente (Pra chão brasileiro) mão de obra de projetos da Europa e EUA, fora isso tudo costuma ter ok, fabricantes asiáticos atendem oeste da Ásia e África aos montes então tem know-how pra isso (A tendência é japonês, coreano, indiano e chinês nunca ter problema bobo e infantil desse).
Carro que pega muita lama ao mesmo tempo que entope muito duto de ar no radiadr, também é lavado mais seguido, aí essa lama é tirada, na verdade é mais comum ter problemas de cambio quente demais em carrinho de shopping, aquele sedan que só vive no asfalto mas AS VEZES passa em poça com lama ou terra, e esse material vai sendo depositado, o dono afrescalhado só se preocupa com inutilidade como pintura brilhando, e caga pra limpeza do que precisa, que é arrefecimento (Externamente) e tubagem de ar (Internamente), passa anos juntando laminha de água suja no parachoques porque só lava lataria, aí a capacidade de redução de temp. do radiador fica abaixo do necessário, o motor quente pra caramba (As vezes pela mania burra de esperar troca de óleo ao invés de completar, porque óleo sim ajuda em resfriamento enquanto circula) acaba entregando água quente demais pro trocador de calor do cambio, e o monte de latas e plásticos impedem de sequer um vento razoável passar em mangueira pra resfriar pelo menos 0,5°C dessa água antes de chegar no trocador, aí até o óleo baixo do cambio (Também pela mania burra de esperar km pra troca, ao invés de fazer o básico do básico que é completar óleo até o nível, não importando km ou outra frescura) mantém ele mais quente que devia.
A lama e água que respingam no cambio ajudam a resfriar metal, a água troca calor melhor que o ar, então a sujeira/lama que pega DURANTE uma estrada de chão ou trilha não é problema pro calor do cambio, o problema é depois, se deixar tudo secar sem passar uma água aí na próxima andada na cidade é que vai esquentar demais e matar vida útil de borrachas e bobinas de atuadores/eletroválvulas. O fabricante sempre pode melhorar projetos pra chão, mas quem mais faz diferença é o dono mesmo, afrescalhado com medinho de sujar as patas espera pra chegar em lava-jato, espera dar km pra trocar e manutenções, aí cria problemas fáceis de previnir, não é possível alguém que tem carro AT não ter banheiro em casa pra tomar banho depois de se sujar cuidando disso.
Alias, tenho corolla e fit com cambio aut., e uso ambos na roça, roça que digo não é a estrada do lado do pasto ou lavoura, falo de andar em cima de pasto ou lavoura, basicamente onde uma pickup vai, eu também vou, ou vezes até mais longe (Porque eles afundam pelo peso, peguei esse hábito quando tinha Uno de 850kg com pneus 185mm de largura, difícil afundar onde pickups de 2100kg com pneus 225mm afundavam). Basicamente em terra fofa ou areia o corolla precisa mais aceleração, o peso do material torna ele lento, mas não patina fácil, o fit patina um pouco porque é cvt, mas precisa fazer coisa tipo meter 2500RPM pra patinar fácil, se for a tipo 1500-1800RPM ambos andam, vão lentos e com rotação alta, mas sem patinar, é basicamente o escorregamento permitido pelo conversor de torque mesmo, como são motores maiores certamente com embreagem patinariam nessa hora, com Uno, Ka, Gol e Fiesta 1.0, nunca patinei (Nos mesmos locais as vezes) porque são motores 1.0 que perdem rotação fácil demais, a areia parece macia e a lama escorregadia, mas na verdade quando o pneu patina é porque tem o peso do carro e mais um material na frente da roda freando a roda traseira (Ou no caso de pickup, freando a roda dianteira), o motor apanha muito mesmo pra patinar, pickup potente as vezes atola nessa hora porque pessoal pisa fundo achando que quanto mais patinar, mais força fará, mas é o contrário na maioria dos casos, rotação bem lenta é que te tira do lugar, só precisa pegar embalo pra pelo menos começar a sair, e não pode parar, nada de trocar de marcha nem acelerar acima ou abaixo do mantido. Cambio automático tem a vantagem de permitir um escorregamento meio contínuo do motor então ele acaba aplicando sempre uma força similar quando você mantém rotação, mesmo sem ter controle de torque (O corolla é 99, tudo mecânico, não tem controle nenhum de tração/escorregamento, é igual câmbios de Jeep CJ-5 americanos de digamos a guerra do Vietnã, esse setor só teve mudança nessa parte com a eletronica embarcada de menos de 15 anos atrás na prática, antes mesmo automáticos comuns eram todos burro em matéria de transferência da força pras rodas, permitindo patinação de só 1 roda pelo diferencial igual cambio manual, mas… mantendo velocidade isso não importa, o que não rola é ficar parando e andando em lama funda, pro uso normal de rodar em estradas de chão é só não parar e ir de modo contínuo que tudo tá ok, dá uma corridinha quando pega chão seco pra rotação alta jogar lama dos veios do pneu pra fora e só).
Alias, outro problema de MT é a parada enquanto troca marcha, quando tá caindo velocidade na lama ou areia. Nessa hora você acaba deixando de transferir força pra roda por algo tipo 1 ou 2s, é tempo suficiente pra roda calçar em lama e frear o carro. AT tem transferência mais rápida de marchas aí dá no mesmo tempo que a troca de força entre pistãos, não é relevante, pneu continuamente girando é pneu limpo, o efeito de calçar e frear não existe, não perde velocidade tão rápido, fica bem mais difícil empacar na lama, mas… conforme uso se vai de 2ª marcha em MT e deixa rodar, sem troca de marchas nem nada de mudar aceleração rapidamente, aí não tem esse problema.
Em resumo: vai depender do motorista.