Jovens brasileiros estão mais obesos, abusando mais no consumo de bebidas alcoólicas e ansiosos, mostram dados inéditos de um inquérito telefônico realizado em todo o país e divulgado nesta quinta (29).
O salto da obesidade é o que mais impressiona. Em 2022, 9% da população com idade entre 18 e 24 anos tinha IMC (Índice de Massa Corporal) igual ou maior que 30 kg/cm², o que configura obesidade. Já em 2023 esse percentual subiu para 17,1%. Ou seja, um salto de 90%.
Quase um terço desses jovens (31,6%) também já recebeu diagnóstico médico de ansiedade e relata consumo abusivo de álcool (32,6%) nos 30 dias antes da entrevista —quatro doses ou mais para mulheres, e cinco doses ou mais para homens, em uma mesma ocasião. Em 2022, a prevalência foi de 25,8%.
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Os jovens entre 18 e 24 anos também são os que menos consomem frutas, legumes e verduras entre todas as faixas etárias. Apenas 33,5% (frutas) e 39,2% (legumes e verduras) incluem esses alimentos na dieta cinco vezes ou mais na semana.
Ao mesmo tempo, são eles os campeões no consumo regular de refrigerante ou sucos artificiais (cinco vezes ou mais na semana), com 24,3% de prevalência, a maior entre todas as faixas etárias. Também estão na liderança em tempo de tela: 76,1% utilizam dispositivos como celulares, tablets ou televisão três horas ou mais por dia para lazer.
Pouco mais de um terço (36,9%) pratica os 150 minutos de atividades físicas semanais recomendados pela OMS (Organização Mundial da Saúde), e 54,2% dormem a quantidade de horas recomendadas para a idade (sete a nove horas por dia).
Esse conjunto de hábitos e atitudes não saudáveis têm reflexos na saúde: 8,2% deles, o que significa 1,4 milhão de jovens, já têm diagnóstico médico de hipertensão. Quase a metade (47%) relata ter recebido prescrição médica, mas 46% afirmam não usar o medicamento prescrito.
Outros 750 mil jovens foram diagnosticados com diabetes e 89% receberam prescrição de medicamentos. Porém, 60,4% não os utilizam. “Não é que o problema virá no futuro, quando esses jovens estiverem no auge do mercado de trabalho. É agora”, diz Sardinha, da Vital.
A saúde mental também vai mal. Quase um terço dos jovens (31,6%), o que representa 5,5 milhões, já teve diagnóstico médico de ansiedade. Outros 14,1% (2,4 milhões), de depressão.
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