Neste mundo, existem inúmeras formas de sofrer e fazer com que os outros sofram. No entanto, há apenas uma forma de não sofrer: não nascendo e não forçando o nascimento de um filho. Toda vida é concedida por algum motivo, seja por planejamento ou por consequência fútil da irresponsabilidade, sendo que ambas são frutos disso. Mesmo que um sujeito tenha uma boa vida, não pode impedir que seu filho sofra. E, mesmo que consiga poupá-lo de muitos sofrimentos, isso não se compara à quantidade de dores que não poderá livrá-lo.

Se, por exemplo, quatro gerações gerarem quatro filhos, em quatro gerações teriam gerado um total de 340 filhos. Se forem dez famílias, teriam gerado um total de 3.400 filhos em apenas quatro gerações. Esse é um número que podemos considerar altamente perigoso. É de interesse pessoal que possamos compreender a situação contemporânea em relação aos recursos. Essa estimativa está ligada à superpopulação e ao consumo desenfreado de recursos como água, comida e energia. Mesmo que, por um tempo, esses recursos estejam disponíveis, pode haver uma severa desigualdade em sua distribuição. As pessoas seriam selecionadas e teriam uma pesagem exata do quanto poderiam gastar de cada um desses recursos, que podem até mesmo não ser suficientes para uma única pessoa. Países com alto nível de consumo tendem a esgotar esses recursos mais rapidamente, e, a longo prazo, isso pode afetar a todos de forma global.

No Brasil, o conceito da filosofia antinatalista ainda se encontra em discussão e debate entre acadêmicos. Contudo, o que de fato sabemos é que é uma filosofia pouco aceita e conhecida no país. Embora seja um debate de extrema importância, as pessoas tendem a ignorá-lo. Por mais espantoso que pareça, as taxas de natalidade no Brasil têm diminuído nas últimas décadas. Em 2023, a taxa de natalidade no Brasil é de aproximadamente 1,6 filhos por mulher, abaixo do nível de reposição populacional (2,1 filhos por mulher). Isso acontece por muitos motivos, mas principalmente por mudanças nas expectativas sociais e econômicas. É comum que as crianças no Brasil não tenham uma figura paterna presente, o que resulta na necessidade de suas mães buscarem sustento, diminuindo, assim, as proporções de procriação…

  • hugo
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    há 2 meses

    Ao mesmo tempo que há sofrimento, também há alegria e felicidade. Filhos podem proporcionar coisas parar os pais (por exemplo, cuidado na velhice) e até apresentar resoluções para problemas atuais. Não vejo também motivo para panico sobre superpopulação já que, como você mesmo indicou, a taxa de natalidade no Brasil está claramente diminuindo.

    • LayOP
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      há 2 meses

      É óbvio que há felicidade, mas em comparação ao sofrimento é quase inexistente e eu não sou a primeira pessoa a observar e dizer isso, grandes autores já disseram o mesmo. E essa ideia de cuidado na velhice também já foi citada e discutida no meio acadêmico, os filhos não tem obrigação de cuidar dos pais, se o fazem é por amor e necessidade. É de um egoísmo absurdo desejar ter um filho esperando que ele sirva para lhe cuidar na velhice. Filhos não são cuidadores de idosos e não pediram para vir ao mundo, se isso acontece é por escolha.