Recentemente, uma notícia chamou minha atenção e me deixou bastante perplexo. Parece que os deputados federais estão adotando uma “escala 2 por 5” para trabalhar em Brasília.

Muitos deputados simplesmente não aparecem na Câmara nas segundas, quintas e sextas-feiras. E não é só isso, sessões próximas a feriados também estão sendo raras.

Para se ter uma ideia, em fevereiro deste ano, apenas uma sessão de votação foi realizada. Claro, os políticos têm uma desculpa pronta: é ano de eleições municipais, então estão todos ocupados fazendo campanha em suas cidades. Porque, afinal, eles só lembram que a cidade deles existe quando precisam de votos. O resto do tempo? A cidade pode pegar fogo que eles não estão nem aí.

E enquanto eles trabalham cada vez menos, os salários só aumentam. No ano passado, nossos parlamentares passaram de R$ 34 mil para R$ 39 mil mensais. E já está programado para chegar a mais de R$ 46 mil até 2026. Isso sem contar os benefícios que fazem nossos políticos parecerem celebridades em férias perpétuas. Cada deputado custa cerca de R$ 24 milhões por ano aos cofres públicos.

Será que não deveríamos instituir o “pague pelo trabalho que faz”? Porque, nesse ritmo, daqui a pouco vai ter deputado pedindo aumento para “compensar o desgaste” de trabalhar dois dias por semana. Quem diria que ser político era um sonho de aposentadoria?